CRISE na família

Muitas vezes nos perguntamos o por quê de termos tantas dificuldades em enfrentar certos problemas ou situações em nossa vida; nos perguntamos por quê não nos sentimos livres e tranqüilos para realizar certas tarefas, ou simplesmente realizar certos anseios. Muitas dessas respostas podemos encontrar no ambiente familiar em que vivemos, ou aonde fomos formados. Toda aquela carga familiar que recebemos sempre irá nos influenciar. A formação de nossa personalidade, de nosso caráter tem muito a ver com o ambiente familiar em que vivemos. Esta formação acontece dentro de uma dimensão de tempo e espaço. Se a formação de nossa personalidade tem muito a ver com as informações que nossos pais nos passam, isso quer dizer que eles deveriam dar as linhas mestras do nosso procedimento. No entanto, é bom que se ressalte que, mesmo recebendo influências dos pais, cada um de nós é responsável pelo seu agir e pela sua maneira de ser, por aquilo que faz, por aquilo que é e se torna. No Antigo Testamento no livro de Deuteronômio 6.6-7, encontramos o seguinte texto: " Estas palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deita-te e ao levantar-te". É no ambiente familiar que devemos aprender e ensinar a respeito de Deus, da salvação que Ele vem nos trazer, da boa notícia de salvação através de Jesus Cristo, seu filho amado. No ambiente familiar a pessoa, quer criança, adolescente, jovem, adulto ou idosa, deseja ser valorizada, porque se neste ambiente não é valorizada, também não saberá valorizar outras pessoas, que estão fora de seu ambiente familiar. O sentimento de valor é de extrema importância, porque sendo valorizado como seres humanos, saberemos valorizar o nosso relacionamento com Deus. Por que isso? Porque o sentimento de valor faz com que a pessoa tenha saúde mental, física e espiritual. Podemos dizer que, ao sentir-se amada e cercada de afeição a pessoa adquire confiança em si mesma, ela se sente alguém importante. Sabemos que nem todos os ambiente familiares são perfeitos; não são como desejamos que fossem. Sempre sonhamos com uma família perfeita. Não iremos encontrar isso aqui neste mundo. Somos imperfeitos, e pertencemos a uma família que tem suas imperfeições, suas limitações.

Mas deveríamos fazer de tudo para que o lar, a família, o ambiente familiar seja, de fato um local seguro, de refúgio, de auxílio, de apoio. Família, lugar de crescimento, de aprendizado, de harmonia, de encontro e reencontro. Família local para aprender-se o real sentido da vida, das lutas, angústias, alegrias, sonhos e desilusões que o dia-a-dia nos impõem. Algumas vezes na família, lugar onde o casal e os filhos deveriam encontrar apoio e suporte para enfrentar as mazelas, acontecem as maiores brigas. Não adiante tentar jogar a culpa de seus fracassos sobre experiências e traumas do passado, pois isso não traz cura, apenas explica. Busque em Deus orientação. Para os casais em crise, para as famílias com dificuldades, tente transformar as brigas em oportunidades de diálogo franco e saudável; antes que o divórcio seja inevitável. Deus quando instituiu o casamento, o fez pensando no bem-estar do ser humano. Deus não criou a família para ser um fardo, um peso em nossa vida. Criou para nossa satisfação, nossa realização.

Gostaria de citar aqui oito características, segundo o sociólogo e historiador Carle Zimmerman, que determinam a queda e o valor da família:

1º) casamentos que perdem a qualidade de instituição respeitada e sagrada, que terminam em separação;

2º) o significado tradicional da cerimônia do casamento, que não existe mais;

3º) o desrespeito às autoridades em geral e aos pais;

4º) o aumento da delinqüência juvenil, promiscuidade e rebelião;

5º) relutância, e até mesmo recusa, em aceitar padrões tradicionais para o casamento e a responsabilidade familiar;

6º) crescente desejo de aceitação do adultério;

7º) aumento do crimes ligados a questão do sexo

8º) proliferação do movimento feminista, que não busca igualdade, mas muita vezes só o sexismo.

Bem, a família moderna realmente não vai bem. Esta é a opinião geral que se tem, e não é necessário que nenhum "expert" da área fale. Isso é algo bem visível. Causas que contribuem para a desestabilização familiar: há pesquisas que dizem que até o final deste século um em cada dois casamentos, terminará em divórcio. O crescente aumento da prostituição, principalmente infantil. São realizados 5 milhões de abortos anualmente, dos quais, a grande maioria é feita clandestinamente. Uma criança que assista duas horas de televisão por dia, até atingir sua maioridade terá tomado contato aproximadamente com 15.184 piadas referentes ao sexo, 96.798 com cenas ligadas à nudez, 163.000 tiros, além de ter presenciado mais de 130.000 assassinatos. E aí nos perguntamos: o que fazer? Como resolver? Como agir? É, a situação parece caótica. A célula básica de toda e qualquer sociedade, a família vai mal. Se ela vai mal, ou seja não estiver bem alicerçada, seus relacionamentos, suas realizações, seus empreendimentos, sua vida profissional e espiritual também não estarão. Temos que hoje, mais do que nunca, tornar a família um lugar aprazível, onde conceitos são transmitidos e vivenciados, onde se busca também o convívio íntimo e perto com Deus. A família é o campo de treinamento onde deveríamos aprender a nos relacionar em cada uma das esferas da vida.

A família moderna realmente está passando por grandes mudanças. O caos urbano contribui em muito para o sofrimento da família: o tempo que se gasta no trânsito;a competição pela sobrevivência impondo ao casal a necessidade de ambos trabalharem; a exposição constante à tentação, que é sugerida nas revistas, out-doors, TV, etc..., ou no ambiente de trabalho, roda de amigos; poluição, o estresse, o corre-corre e a violência que atemoriza e desassossega. Toda essa forte pressão causa vários sofrimentos a todos os lares.

Que em Deus possamos buscar a orientação, para que, dentro da família e a partir da família, sejamos sal e luz do mundo.