Como nos relacionamos com Deus? Temos um anseio imenso por Ele e por sua presença? Uma sede imensa por esse Deus invisível? Sim, temos sede, mas como a saciamos?
Para que serve este facão (mostrar)? . Abrir trilha no meio da
mata. Quero abrir um caminho em meio a fé. Alguém deseja me
seguir por este caminho? Fé é crer no invisível.
Olhando bem para a Bíblia, percebe-se que aquilo que se promete hoje dentro das igrejas, muitas são falsas promessas, que acabam afastando pessoas de Deus e de sua vontade. A igreja não deve ser hipócrita, ao ponto de oferecer apenas fórmulas de sucesso. A palavra de Jesus é clara: “quem deseja seguí-lo, deve tomar a sua cruz e seguí-lo”. Que precisamos morrer para este mundo e para os nossos pecados, e deixar Cristo nascer em nós”.
Olhemos para o nosso mundo: para quem não tem fé, a morte é o fim de tudo. Acaba tudo. As pessoas que estão velando o falecido falam do passado. Os cristãos lembram-se de que há também um futuro.
Segundo Merton, “se você não teve dificuldades para encontrar Deus, talvez não seja Deus o que você encontrou”.
A ciência acumula conhecimento de modo progressivo. Os cientistas seguiram caminhos abertos anteriormente por outros cientistas: Primeiro Ptolomeu, depois Galileu, Copérnico, Newton e Einstein. Cada novo cientista desenvolve os fundamentos de seus predecessores, de modo que qualquer cientista hoje tem uma idéia muito mais clara e exata do mundo físico do que tinha, por exemplo, Isaac Newton.
Será que eu conheço de fato Deus? Será que eu ouço sua voz, sua vontade, seus projetos, ou o que estou ouvindo é estática.
Como será que pode, um Deus que nos criou para sua glória,
para conhecê-lo e amá-lo, se tornar tão rarefeito, como
que ausente? Os autores da Bíblia viveram na terra santa, onde “sarças
ardiam em chamas, rochas e vulcões expeliram metáforas sagradas,
mar se abria,...”. Isso acabou. O mundo sobrenatural parece Ter se escondido,
nos deixando apenas o visível. Mas a sede de Deus, contudo, de um
Deus invisível, e a fome de um Pai que está além deste
nosso mundo é ansiado. Nós, criaturas de carne e osso perdemos
a paciência com facilidade. Mas não o nosso Deus. Este mesmo
que é invisível, mas tão próximo, tão
íntimo.
Deus é pessoal. Tanto o AT como também o NT nos retrata
Deus de maneira pessoal, que exerce influência sobre nós e
não fica impassível em relação a nós.
Então, por que achamos tão difícil nos relacionar
com esse Deus?
Há quem oscile como um pêndulo: da fé à incredulidade.
Há pessoa que nunca encontram a fé. Há aquelas que
têm fé, mas depois a perdem. Mas o ser humano reconhece: alguma
coisa sempre me atrai de volta para Deus.
O mundo moderno respeita a inteligência, a boa aparência,
a confiança e a sofisticação. Deus, ao que tudo indica,
não olha para este aspecto. Para realizar a sua obra ele geralmente
conta com pessoas simples, sem cultura, que tudo o que sabem fazer é
confiar nele, e, por meio destas pessoas opera maravilhas.
Fé – o que é fé? A fé surge onde menos é
esperada (Mc 9.24 – pai que clama: “Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade)
e falta onde deveria crescer ( Pedro, Judas, 70 discípulos que abandonam
Jesus,; Tomé e sua dúvida). Talvez poucas pessoas demonstraram
uma fé corajosa, inabalável como o centurião que disse
a Jesus que este não precisava ir pessoal a casa dele, mas que a
PALAVRA dele bastava para curar
seu servo enfermo. Por isso Jesus afirma: “Nem em Israel encontrei tamanha
fé (Lc 7.9).
Em outra ocasião uma mulher cananéia procurou a Jesus e
foi insistente, tanto que Jesus não pôde fazer nada, pois a
perseverança e teimosia daquela mulher conquistou Jesus. E ele disse:
“ Mulher, grande é a tua fé” (Mt 15.28).
Estas duas histórias nos mostram que as pessoas que deveriam crer,
confiar, tinham falta de fé. E daquelas que menos se esperava, creram.
A psicologia nos diz que cada pessoa tem uma personalidade própria.
Então, por que achar que todos devemos Ter o mesmo tipo de fé?
Como cada um tem um tipo de personalidade, assim é em relação
à fé. Cada um de nós tem uma maneira de relacionar-se
com Deus.
Mas muitos duvidam
. A dúvida é como um esqueleto no armário da fé,
e não conheço jeito melhor de tratar um esqueleto que trazê-lo
à luz e mostrar como ele é: uma estrutura rija, sem nada
a esconder ou recear, sobre o qual o tecido vivo poderá crescer (Ez
37). Livros como Jó, Eclesiastes, Salmos e Lamentações
certamente nos mostram que Deus compreende o valor das dúvidas humanas.
Mas a dúvida também nos afastar da fé por completo.
Deus não é aquele que nos força a Ter fé.
Ele não nos torce o braço e nunca nos deixa de castigo em um
canto até termos fé (cheirando a parede).
Há uma declaração de Jesus, que podemos considerar
como uma declaração magistral. Ele disse: “E conhecerão
a verdade, e a verdade os libertará” (Jo 8.32). É uma preciosidade
esta palavra, porque ela conclui que
o inverso também é verdade: “ a verdade” que não
liberta não é verdade.
O oposto da fé não é a dúvida, mas o medo. Medo de crer em Deus, de deixar ele mudar, transformar, quebrar, nos salvar. Fé é arriscar em crer num Deus invisível. Ter fé é pôr-se a caminho. É prosseguir, confiar, agarrar-se à mão de um Deus invisível.
Há um famoso dilema alegórico: um monge francês do
séc. XIV fala de um jumento que se defronta com dois fardos de feno
igualmente atraentes e igualmente distantes. O animal fica olhando, hesita,
olha mais um pouco e, finalmente, morre porque não encontra uma
justificativa lógica para se aproximar tanto de um como de outro
fardo de feno.