Pregação Hb 11.1-3

Como nos relacionamos com Deus? Temos um anseio imenso por Ele e por sua presença? Uma sede imensa por esse Deus invisível? Sim, temos sede, mas como a saciamos?

Para que serve este facão (mostrar)? . Abrir trilha no meio da mata. Quero abrir um caminho em meio a fé. Alguém deseja me seguir por este caminho? Fé é crer no invisível.

Olhando bem para a Bíblia, percebe-se que aquilo que se promete hoje dentro das igrejas, muitas são falsas promessas, que acabam afastando pessoas de Deus e de sua vontade. A igreja não deve ser hipócrita, ao ponto de oferecer apenas fórmulas de sucesso. A palavra de Jesus é clara: “quem deseja seguí-lo, deve tomar a sua cruz e seguí-lo”. Que precisamos morrer para este mundo e para os nossos pecados, e deixar Cristo nascer em nós”.

Olhemos para o nosso mundo: para quem não tem fé, a morte é o fim de tudo. Acaba tudo. As pessoas que estão velando o falecido falam do passado. Os cristãos lembram-se de que há também um futuro.

Segundo Merton, “se você não teve dificuldades para encontrar Deus, talvez não seja Deus o que você encontrou”.

A ciência acumula conhecimento de modo progressivo. Os cientistas seguiram caminhos abertos anteriormente por outros cientistas: Primeiro Ptolomeu, depois Galileu, Copérnico, Newton e Einstein. Cada novo cientista desenvolve os fundamentos de seus predecessores, de modo que qualquer cientista hoje tem uma idéia muito mais clara e exata do mundo físico do que tinha, por exemplo, Isaac Newton.

O conhecimento a respeito de Deus acontece de modo totalmente diferente. Cada encontro é singular, único e individual, exatamente como o encontro de duas pessoas, de maneira que um cristão do V século pode Ter um conhecimento mais profundo de Deus que um teólogo do Séc. XXI.

Será que eu conheço de fato Deus? Será que eu ouço sua voz, sua vontade, seus projetos, ou o que estou ouvindo é estática.

Como será que pode, um Deus que nos criou para sua glória, para conhecê-lo e amá-lo, se tornar tão rarefeito, como que ausente? Os autores da Bíblia viveram na terra santa, onde “sarças ardiam em chamas, rochas e vulcões expeliram metáforas sagradas, mar se abria,...”. Isso acabou. O mundo sobrenatural parece Ter se escondido, nos deixando apenas o visível. Mas a sede de Deus, contudo, de um Deus invisível, e a fome de um Pai que está além deste nosso mundo é ansiado. Nós, criaturas de carne e osso perdemos a paciência com facilidade. Mas não o nosso Deus. Este mesmo que é invisível, mas tão próximo, tão íntimo.

Deus é pessoal. Tanto o AT como também o NT nos retrata Deus de maneira pessoal, que exerce influência sobre nós e não fica impassível em relação a nós.

Então, por que achamos tão difícil nos relacionar com esse Deus?

Há quem oscile como um pêndulo: da fé à incredulidade. Há pessoa que nunca encontram a fé. Há aquelas que têm fé, mas depois a perdem. Mas o ser humano reconhece: alguma coisa sempre me atrai de volta para Deus.

O mundo moderno respeita a inteligência, a boa aparência, a confiança e a sofisticação. Deus, ao que tudo indica, não olha para este aspecto. Para realizar a sua obra ele geralmente conta com pessoas simples, sem cultura, que tudo o que sabem fazer é confiar nele, e, por meio destas pessoas opera maravilhas.

Fé – o que é fé? A fé surge onde menos é esperada (Mc 9.24 – pai que clama: “Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade) e falta onde deveria crescer ( Pedro, Judas, 70 discípulos que abandonam Jesus,; Tomé e sua dúvida). Talvez poucas pessoas demonstraram uma fé corajosa, inabalável como o centurião que disse a Jesus que este não precisava ir pessoal a casa dele, mas que a PALAVRA dele bastava para curar seu servo enfermo. Por isso Jesus afirma: “Nem em Israel encontrei tamanha fé (Lc 7.9).

Em outra ocasião uma mulher cananéia procurou a Jesus e foi insistente, tanto que Jesus não pôde fazer nada, pois a perseverança e teimosia daquela mulher conquistou Jesus. E ele disse: “ Mulher, grande é a tua fé” (Mt 15.28).

Estas duas histórias nos mostram que as pessoas que deveriam crer, confiar, tinham falta de fé. E daquelas que menos se esperava, creram.

A psicologia nos diz que cada pessoa tem uma personalidade própria. Então, por que achar que todos devemos Ter o mesmo tipo de fé? Como cada um tem um tipo de personalidade, assim é em relação à fé. Cada um de nós tem uma maneira de relacionar-se com Deus.

Mas muitos duvidam . A dúvida é como um esqueleto no armário da fé, e não conheço jeito melhor de tratar um esqueleto que trazê-lo à luz e mostrar como ele é: uma estrutura rija, sem nada a esconder ou recear, sobre o qual o tecido vivo poderá crescer (Ez 37). Livros como Jó, Eclesiastes, Salmos e Lamentações certamente nos mostram que Deus compreende o valor das dúvidas humanas. Mas a dúvida também nos afastar da fé por completo.

Deus não é aquele que nos força a Ter fé. Ele não nos torce o braço e nunca nos deixa de castigo em um canto até termos fé (cheirando a parede).

Há uma declaração de Jesus, que podemos considerar como uma declaração magistral. Ele disse: “E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (Jo 8.32). É uma preciosidade esta palavra, porque ela conclui que  o inverso também é verdade: “ a verdade” que não liberta não é verdade.

O oposto da fé não é a dúvida, mas o medo. Medo de crer em Deus, de deixar ele mudar, transformar, quebrar, nos salvar. Fé é arriscar em crer num Deus invisível. Ter fé é pôr-se a caminho. É prosseguir, confiar, agarrar-se à mão de um Deus invisível.

Há um famoso dilema alegórico: um monge francês do séc. XIV fala de um jumento que se defronta com dois fardos de feno igualmente atraentes e igualmente distantes. O animal fica olhando, hesita, olha mais um pouco e, finalmente, morre porque não encontra uma justificativa lógica para se aproximar tanto de um como de outro fardo de feno.

Como você está em relação à fé? Está olhando para os dois fenos diante de ti, e não achar argumentos plausíveis para ir até eles?   Lembre-se que Deus deseja que você o busque, mesmo que diga como aquele pai que disse a Jesus: “Eu creio , ajuda-me a vencer a minha incredulidade”. Para que Deus ajude a vencer a incredulidade.