Esta é uma daquelas histórias que tentamos imaginar por
que está ai na Bíblia. Bem, um propósito deve ter. O
relato é sobre uma mulher que ficou viúva. O seu marido falecido
era discípulo de Eliseu. Estava desesperada, porque além de
enviuvar, agora os credores estão batendo à sua porta para
cobrar dívidas de seu marido falecido.
Por que ela buscou ajuda?
Por interesse?
Não. Aquela mulher desesperada não sabia o que fazer, a quem recorrer, nem sabia o tamanho do vazio. Ela não tinha a menor idéia de que o volume de seu vazio reunido iria determinar o seu futuro. Ela nem perguntou o porquê daquela proposta. Ela não contra-argumentou, dizendo: mas como me preocupar com vasilhames de óleo vazios. O que eu quero é resolver meu problema: “não perder meus filhos”. Aquela mulher tão somente confiou naquela palavra. Foi para casa, e juntamente com seus filhos (este é um detalhe interessante – com seus filhos), com a família reunida, começou a fazer o que o profeta Eliseu tinha mandado.
Quem de nós, em sã consciência, faria isso, sem perguntar
pelo resultado, ou mesmo pelo porquê de tal ação? Ela
bem poderia querer resultados práticos, para ficar livre de seu
problema: perder seus filhos em troca de dívida
. “Como posso ajudá-la?
O que você tem em sua casa?” Eliseu bem poderia fazer uma boa
ação, fazendo uma campanha para arrecadar funtos para ajudar
“uma família da congregação/comunidade. Mas ele decidiu
desafiar aquela mulher, e de maneira radical, a começar pela confiança".
Este é um exemplo de fé. Aqui não quero falar em
bênção material. Mas sobre onde aquela mulher foi procurar
ajuda? Junto a um servo de Deus. Ela e seus filhos se submeteram à
palavra daquele homem.
Eliseu sabia que ela não tinha muitas vasilhas em casa. Por isso
ela deveria pedir emprestada algumas. Aliás, ele insiste:
peça muitas. Outro fator importante neste texto é o
relacionamento com Deus –
A confiança.
Creio que esta história pode ser trazida para a nossa realidade:
o quanto estamos vazios e dispostos a ser preenchidos, como vasilhames vazios,
pelo óleo de Deus – pela sua Palavra, pelo seu Espírito,
pela sua Vontade. Deus só pode encher aquilo que está vazio.
Enquanto você se sentir cheio, Deus não encherá. Ele
quer vasilhames vazios, para que possam ser preenchidos.
Deus não deseja que sejamos como vasos de flores, apenas para
enfeite. Ele deseja que sejamos vasilhames vazios, dispostos a sermos preenchidos
pela sua graça. Aquela mulher e seus filhos aprenderam que precisavam
de ajuda, mas que não deveriam ficar de braços cruzados. E
Eliseu bem sabia que ela só poderia experimentar do amor de Deus,
se ela confiasse inteiramente na Palavra dele.
Para se ter comunhão com Deus achamos que o importante é:
ter um local apropriado, com músicas apropriadas, ou ouvindo uma palavra
apropriada. Parece que precisamos “criar um clima” para ter intimidade com
Deus. O que ele deseja saber é: “como posso ajudá-lo?” Deus
deseja que o busquemos e digamos: “Senhor, há um credor querendo
cobrar uma dívida e eu não tenho como pagar”.
Este credor é satanás, que vem para cobrar
o que ele acha que tem direito. Mas podemos dizer a ele: “Cristo já
pagou a dívida por mim, derramando de seu sangue na cruz”. Com isso
ficamos com os vasilhames cheios. Cheios de vida, de salvação,
de perdão, de graça, de amor, ou seja, de tudo aquilo que
Deus oferece para nós.
Tempos atrás,
eu era vizinho de um médico, cujo "hobby" era plantar árvores
no enorme quintal de sua casa. Às vezes, observava da minha janela
o seu esforço para plantar árvores e mais árvores,
todos os dias.O que mais chamava a atenção, entretanto, era
o fato de que ele jamais regava as mudas que plantava. Passei a notar,
depois de algum tempo, que suas árvores estavam demorando muito
para crescer. Certo dia resolvi então aproximar-me do médico
e perguntei se ele não tinha receio de que as árvores não
crescessem, pois percebia que ele nunca as regava. Foi quando, com um ar
orgulhoso, ele me descreveu sua fantástica teoria.
Disse-me que, se regasse suas plantas, as raízes
se acomodariam na superfície e ficariam sempre esperando pela água
mais fácil, vinda de cima. Como ele não as regava, as árvores
demorariam mais para crescer, mas suas raízes tenderiam a migrar
para o fundo, em busca da água e das várias fontes nutrientes
encontradas nas camadas mais inferiores do solo. Assim, segundo ele, as
árvores teriam raízes profundas e seriam mais resistentes
às intempéries. Disse-me ainda, que freqüentemente dava
uma palmadinha nas suas árvores, com um jornal enrolado, e que fazia
isso para que se mantivessem sempre acordadas e atentas. Essa foi a única
conversa que tive com aquele meu vizinho.ro país, e nunca mais o
encontrei. Vários anos
depois, ao retornar do exterior fui dar uma olhada na minha antiga residência.
Ao aproximar-me, notei um bosque que não havia antes. Meu antigo
vizinho, havia realizado seu sonho! O curioso é que aquele era um
dia de um vento muito forte e gelado, em que as árvores da rua estavam
arqueadas, como se não estivessem resistindo ao rigor do inverno.
Entretanto, ao aproximar-me do quintal do médico,
notei como estavam sólidas as suas árvores: praticamente não
se moviam, resistindo implacavelmente àquela ventania toda.
Que efeito curioso,nsei eu...As adversidades pela
qual aquelas árvores tinham passado, levando palmadelas e tendo
sido privadas de água, pareciam tê-las beneficiado de um modo
que com o conforto e o tratamento mais fácil jamais conseguiriam.
Todas as noites, antes de ir me deitar, dou sempre uma olhada em meus filhos.
Debruço-me sobre suas camas e observo como têm crescido. Freqüentemente,
oro por eles. Na maioria das vezes, peço para que suas vidas sejam
fáceis: "Meu Deus, livre meus filhos de todas as dificuldades e agressões
desse mundo" Tenho pensado, entretanto, que é hora de alterar minhas
orações. Essa mudança tem a ver com o fato de que é
inevitável que os ventos gelados e fortes nos atinjam e aos nossos
filhos. Sei que eles encontrarão inúmeros problemas e que,
portanto, minhas orações para que as dificuldades não
ocorram, têm sido ingênuas demais.
Sempre haverá uma tempestade, ocorrendo em algum
lugar. Portanto, pretendo mudar minhas orações.Farei isso
porque, quer nós queiramos ou não, a vida não é
muito fácil. Ao contrário
do que tenho feito, passarei a orar para que meus filhos cresçam
com raízes profundas, de tal forma que possam retirar energia
das melhores fontes, das mais divinas, que se encontram nos locais mais remotos.
Oramos demais para termos facilidades, mas na verdade o que precisamos fazer
é pedir para desenvolver raízes fortes e profundas, de tal
modo que quando as tempestades chegarem e os ventos gelados soprarem, resistiremos
bravamente, ao invés de sermos subjugados e varridos para longe.
Precisamos ensinar as pessoas a terem raízes mais profundas. A
se sentirem mais vazias para o mundo, e cheias da vontade Deus, de seus Espírito
e amor.
Deus quando tem um propósito, ele faz com que coisas extraordinárias aconteçam: ele congelou, por exemplo, os movimentos do cosmo quando de uma oração (Js 10.12-14 – Ezequias bem sabe disso); ressuscitou mortos (Lázaro, filho de uma viúva de Naim, Lc 7.11-16).
Temos que abandonar a nossa arrogância, como se fôssemos adolescentes, e para de fingir que estamos cheios, fortes e abençoados. A verdade é que estamos vazios, famintos, fracos e desesperados pela presença de Deus.
Temos que parar de vir à Igreja, como se ela fosse uma rodoviária, onde estamos só de passagem (como num feriadão). Não. Aqui aprendemos a ter comunhão e somos desafiados a deixar Deus nos encher. É isso o que você deseja? Então venha encher-se no cálice do Senhor, na Ceia.
Amém.