Hoje, nós vamos dar uma olhada para dentro do CORAÇÃO
DE DEUS. Lucas 15 é um capítulo que, mais do que qualquer
outro, nos fala da essência e da profundidade do SER de Deus, e do
amor que Ele tem por suas criaturas.
Abram suas Bíblias e vamos ler juntos o texto
de Lucas 15.1-7
Aqui a pergunta central é:
Quem nós podemos e devemos receber entre nós?
QUEM TEM LUGAR NA MESA DO REINO DE DEUS?
QUEM DEVE TER ACESSO AO SEU AMOR?
E a resposta é: qualquer pessoa, sem distinção!
Como entender isto à luz do SALMO 1, onde o
povo de Deus é aconselhado a não se assentar na roda dos
escarnecedores?
De fato, a comunhão de mesa tinha e, de certa
forma ainda tem, um significado muito profundo.
Convidar alguém para uma refeição
é uma honra, especialmente na cultura oriental. É uma oferta
de paz, confiança, fraternidade
e perdão. Ou seja, é o mesmo que compartilhar
a própria vida!
Como Igreja, não é essa a nossa tarefa: a de compartilhar as nossas vidas?- Não se trata aqui só de alimentar os pecadores, mas de comer com eles. De estar com eles e ao lado deles, sem se tornar num deles...
Duas coisas precisam estar claras aqui:
a) Quem é PECADOR diante de Deus?
Para o fariseu, “pecador” é o outro! Ele podia
ser tanto uma pessoal imoral que não observava a lei, quanto uma
pessoa que ocupasse uma profissão daquelas proscritas, como a de
pastor de ovelhas, ou de um cobrador de impostos.
Já para Deus todos são pecadores, pois
“não há justo, nem sequer um” (Rm 3.10-11), e “todos pecaram
e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23).
b) Qual é a TAREFA da Igreja, dos salvos?
“... eles não são do mundo, como Eu também
não sou! Não peço que os tires do mundo, mas que os
guardes do mal. Santifica-os na verdade... assim como tu me enviaste ao
mundo, Eu também os enviei ao mundo” (Jo 17.14-18)
Resposta: estar no mundo sem ser do mundo!
A diferença que precisamos entender é a
de que existem pecadores justificados pela graça de Deus, santificados
pela fé em Jesus, e pecadores que ainda não conhecem a graça
e o amor de Deus...
Mas, por ser Deus quem justifica, e a salvação
não ser obra ou mérito humano, é que não há
motivo para alguém se achar melhor que o outro...
- Jesus, por causa da hipocrisia dos que se achavam melhores
por seus méritos ou obras, se dirige aos fariseus como pastores,
o que já era uma ofensa por si só.
- Porém, eles não se julgavam os guias
espirituais da nação?
1) O amor gracioso que não se acomoda com as
99, mas busca aquela uma que está perdida, e não se cansa
nesta busca!
A cruz é a profunda marca do amor de Deus pelo
pecador, que vai até as últimas conseqüências;
A prioridade de Deus está em,
guardadas as que estão em casa, buscar aquela que perdeu o rumo,
e não consegue voltar para casa!!!
É fácil pensar: ah! Mas já
somos 99, e estamos tão bem, por que sair de casa em busca dessa
uma??? E se esta uma fosse justamente seu filho ou sua filha?
Será que você resmungaria se achasse
seu filho ferido e desamparado, e tivesse que carregá-lo nos braços
até em casa?
A idéia de que Deus busca ativamente, incansavelmente
pela ovelha perdida é nova. Ele não só espera o pecador
arrependido de braços abertos, como vai em busca dele... e para
isto espera poder usar a cada um de nós!
É o compartilhar da volta – metánoia –
de um pecador que provoca a festa e alegria contagiante da aldeia, dos
que aguardavam a volta do pastor....
A igreja também deveria festejar mais este reencontro,
do que o permanente reencontrar-se dos que já estão em casa!
A graça de Deus é tão imensa e radical, que ela ultrapassa totalmente nossos parâmetros, e faz com que o “pior” dos pecadores – como se tal existisse, também seja seu alvo!O pastor era bastante rico, pois só os que tinham muitas posses poderiam chegar a ter um rebanho de 100 ovelhas.
É lamentável que, no fundo, grande parte
da Igreja seja marcada pelo espírito deste mundo, que diz que para
merecer algo, você tem que ser bom, tem que ter méritos.
Deus diz que para merecer o LAR, apenas temos que nos
arrepender e crer nele. Jamais poderemos fazer o suficiente para merecer
o amor de Deus.
A salvação é sempre um DOM. É
presente imerecido.
Já que eu o recebi sem merecer, como me furtaria
de estendê-lo a outros que, como eu, também não o merecem?
2) A busca tem seu preço e a restauração
também...
Carregamos os fracos sobre os ombros... sem levar o fardo
não há restauração.
Uma ovelha perdida se perde mesmo! Ela ficará deitada,
desamparada, e irá recusar qualquer movimento. Ela não se
mexe! (A IGREJA DEVE IR ATÉ ELA, E NÃO ESPERAR QUE ELA VENHA
ATÉ A IGREJA...)
Assim, o pastor será obrigado a carregá-la,
por um bom trecho!
Surpreendentemente, ela se regozija com este fardo! O
fardo da restauração traz um profundo regozijo!
A caminhada da restauração, que se inicia
com o regozijo por encontrar a ovelha, até a plenitude de colocá-la
em pé, em meio ao rebanho, leva ao clímax do poema!
Assim como a perda é comunitária, a restauração
também é!
A alegria também não se dá só
com o retorno da ovelha, mas também com a volta do pastor, são
e salvo dos perigos do deserto!
3) A alegria de achar o que fora perdido; receber os pecadores
e promover a sua restauração comunitária e salvífica
é o bem mais precioso da Igreja;
A salvação de um só causa estrondo
de alegria nos céus... No aramaico, há um paralelismo poético
entre “um” hadh e “alegria” hedhwa. O ponto central é a alegria.
O clímax é a alegria da restauração...
Perder uma ovelha, era uma grande perda. Toda a
família se entristecia quando uma se perdia.
Já o pastor da parábola se alegra duplamente:
primeiro quando encontra a ovelha e segundo, quando vê a alegria
da família ao reencontrar-se com a ovelha perdida.
Pode haver alegria maior do que alguém ser achado, buscado, restaurado, e passar a reconhecer seu nome como inscrito no livro da vida?A alegria com a conversão e a volta ao lar e um dos bens mais preciosos da Igreja...
4) O arrependimento toca diretamente o coração
de Deus!
Quem precisa dele?
- tanto os 99 justos...
- quanto o pecador que se perdeu!!!
- Estar em casa não me isenta de arrependimento!
- Quem busca é o pastor... E Ele faz grande
festa ao encontrar!!!
- A ovelha é encontrada ao arrepender-se...
Lc 13.3, Isaías 53.6
Aqui tratamos de dois conceitos importantes:
a) que existem os perdidos
b) que existem os que foram encontrados...
O que diferencia estas pessoas?
Todos precisam de transformação, de salvação...
Os que já a encontraram têm o compromisso
de não se furtar à alcançá-la misericordiosamente
a quem ainda não a encontrou!!!
Quem já recebeu um novo coração,
uma nova vida, não pode assistir passivamente a alienação
e o sofrimento de quem ainda não encontrou o caminho de volta para
a casa do PAI.
Os que ainda não aceitaram o convite e a oferta
de Cristo, são chamados ao arrependimento e a fé no Deus
único e verdadeiro...
A salvação é total, integral, e
completa. NÃO É SÓ DA ALMA, é transformação
do coração, da mente, dos valores que dirigem a vida, é
transformação do corpo e do espírito...
Ela faz surgir um novo SER, moldado e guiado pelo Espírito
de Deus (2 Cor 5.17).
Interessante é que o capítulo 14 termina
com um convite de Jesus que diz: “quem tem ouvidos para ouvir ouça”,
e o capítulo 15 inicia mostrando que são publicanos e pecadores
que se dispõe a ouvir, enquanto que os “justos”, entendem que já
não precisam mais ouvir, seus pressupostos e paradigmas impedem
que eles se importem com o que está sendo dito.
Exemplo: contar a história das ovelhas que só
reconhecem a voz de seu pastor , quando ele as chama....
1. Ovelhas reconhecem a voz do seu Pastor:
Um turista relatou como ele, viajando pelo Oriente
Médio, um dia chegou a um poço de água, onde pastores
estavam saciando a sede dos seus rebanhos de ovelhas. Seu desejo era o
de tirar algumas fotografias daquele belo quadro. Lá se encontraram
três rebanhos, que eram pastoreados por três distintos pastores.
Numa grande balbúrdia e confusão, aquelas ovelhas pulavam
e se empurravam, para alcançar a água. Enquanto observava
aquelas ovelhas aparentemente iguais se misturando umas com as outras,
se empurrando e engalfinhando em busca de água fresca, ele ficou
se perguntando como que estes três pastores conseguiriam novamente
separar seus rebanhos, e reconhecer quais eram as suas ovelhas. Depois
de um bom tempo, saciadas e restabelecidas, um dos pastores se ergueu,
tomou seu cajado e berrou: men-ah (que quer dizer: sigam-me).
Imediatamente seu rebanho se pôs de pé, e se alinhou atrás
dele para irem adiante. Em seguida um segundo pastor fez a mesma coisa.
Ao seu chamado: men-ah (sigam-me), seu rebanho prontamente se ergueu
e o seguiu. Maravilhado com aquilo, ele perguntou ao terceiro pastor que
ainda lá permanecia, se as suas ovelhas seguiriam ao comendo dele,
turista, ao comando do men-ah! Experimente-o você mesmo lhe
respondeu o pastor. Então ele chamou: Men-ah, men-ah! Aqueles
ovelhas ergueram a cabeça, olharam para ele, mas nem uma sequer
se ergueu e se mexeu do seu lugar. Então ele perguntou ao pastor:
mas, elas nunca seguem outro pastor? Nunca, respondeu ele. No máximo
alguma que esteja doente, senão jamais seguirão outra voz
de comando.
Temos que saber reconhecer a voz do Bom Pastor,
para não nos enganarmos, seguindo outra vozes que procuram nos seduzir
e enganar!
Muitos há que, a nossa volta, clamam, cansados e exaustos, por achar um porto seguro, um chão firme para seus pés!
- Ovelhas confusas, temerosas, aflitas e exaustas...
- Por que se afastaram do rebanho? Geralmente nem elas sabem, nem perceberam...
- Geralmente também tem dificuldades em reconhecer que estão perdidas, desviadas e sem rumo. Geralmente estão arrumadinhas, bonitinhas, mas quando pegaram o avião ou o ônibus, erraram o destino e foram no rumo contrário.
- Compreender a alegria de Deus ao encontrar a ovelha perdida é olhar para dentro do seu coração!
- Sua atitude nunca me autorizará a condenar o pecador e o mundo perdido, enquanto me regozijo na salvação que encontrei. Mas, enquanto um único estiver perdido, meu coração deverá, como o coração de Deus, se condoer com ele, e eu tentarei buscá-lo, até poder encontrá-lo. Devo olhar sua miséria com misericórdia, e não xingá-lo e condená-lo por sua atitude para com a vida e para com Deus!