Culto do Dia das Mães:

MULHER E MÃE:

 Qual a sua importância para nós?

 

Hoje comemoramos o “Dia das Mães”. É um dia especial para nós. De todas as datas comemorativas, é  a que mais afeta nossos sentimentos e emoções...
 


Certamente, porém, quando em 1905, Ann Jarvis, filha de um pastor norte-americano iniciou uma campanha por uma comemoração especial para as mães, seu papel na sociedade e na família era bem diferente do que é em nossos dias.

Nosso tempo, em especial, torna esta definição muito mais estressante e complicada, por que estes papéis passam por constante mutação!

Vivemos numa época de aceleradas mudanças!

   -         Algumas boas, como a liberdade de optar entre ser ou não dona-de-casa, e outras ruins, como a acumulação de duas ou três jornadas de trabalho!

   -         Ou o enorme número de adolescentes grávidas, ou de abortos ilegais! Um em cada cinco bebês é filho de uma adolescente!

   -         O parto esta em primeiro lugar como motivo de internações hospitalares de meninas na faixa dos 10 a 14 anos!
 

  1. Ausência, falta de diálogo, de interesse, de tempo, e até de condições físicas e emocionais para travar este difícil diálogo,
criam as brechas para que muitas jovens deixem de ter referenciais seguros, balizas e modelos adequados para se orientar!

 

Certamente, apesar das mais variadas e aceleradas mudanças, das mais diversas pressões que sofremos, ainda cabe a
nós pais, e a vocês mães, um papel especial e preponderante na instrução, na educação e orientação de seus filhos e de
suas famílias.

O ensino diário de princípios e valores passa fundamentalmente por vocês, nossas queridas esposas e mães!

Infelizmente, muitas mulheres investem o melhor de si, do seu tempo e da sua energia numa luta, compreensível, por espaço,
poder, e até por um mínimo de respeito e dignidade.

   ·        Notemos, porém, que o Criador fez homem e mulher com papéis iguais, mas funções diferentes.

   ·        A mulher seria a “auxiliadora idônea”, a parceira na tarefa de construir e zelar pela boa criação de Deus.
 
 

Como resultado temos um mundo tecnologicamente desenvolvido, mas relacional e espiritualmente cada vez mais pobre.

Felizmente, as mulheres tem voltado a assumir seu papel de co-construtoras e administradoras do mundo que Deus nos
legou!

 

# Nossos dias, contudo, tem levado a que mulheres e homens vivam numa nova dinâmica, onde as “sociedades conjugais”
são cada vez mais comuns! Onde o estar junto é apenas um jogo de interesses, sem compromissos mais profundos, sem
alianças permanentes, onde vale a máxima de Vinícius de Morais: “que o amor seja eterno enquanto dure”!

   ·        Creio que precisamos reenfatizar e recuperar o sentido de ser família! Não é possível ser família sozinho.

   ·        Dias atrás falamos que Deus nos criou singulares, únicos, feitos a sua imagem e semelhança, porém incompletos e dependentes.
   ·        O Deus Triúno, que é um só, mas se manifesta em três pessoas,  traz na sua essência a mensagem da interdependência.

   ·        Precisamos uns dos outros, até para sermos nós mesmos!

   ·        Numa relação de interdependência, todos são igualmente importantes! Ninguém é prescindível, ninguém é descartável.
 

Nossos famílias são um retrato, ou melhor, um espelho do que nós mesmos somos.

Hoje quero perguntar as queridas mães: ao olhar no espelho da tua vida, o que nossas famílias estão vendo?

 Cada família tem suas próprias necessidades, mas em geral, como marido e filho, posso dizer que a expectativa
fundamental é a de olharmos para este espelho e vermos indicado o caminho do afeto e do amor, o caminho que nos conduz
a uma experiência de ninho, de aconchego, de lar!

   -         Ouvi uma palestrante durante a semana falando da pobreza dos vínculos que construímos, e na sua análise, ela dizia que esta pobreza é um reflexo da nossa pobreza em saber construir vínculos conosco mesmos!

   -         É verdade, porém creio que antes disso, o buraco é mais embaixo, ou melhor, mais em cima: está na pobreza da relação com Deus!

   -         Nossas relações são fruto da nossa espiritualidade, de uma relação próxima com o Deus Criador.

Quando a dimensão maior e mais profunda da vida está curada, quando estou conectado com a fonte da vida, quando digo como o Salmista:

“o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, e eu encontrei teus altares, Senhor meu!” Sl 84,3

tudo o mais se encaixa, é fruto, resultado, conseqüência!

Sem o respaldo da fé, da esperança, de um vínculo mais profundo com Deus, ficamos carentes e desnorteados!

Talvez eu não entenda tão bem como devia, nem poderia, mas para mim, antes de mais nada, este parece ser o teu papel
principal em qualquer família, querida mãe:

Nós precisamos de um ninho quente e aconchegante!

Muito se fala da posterior experiência do Ninho Vazio,

Dizem que muitas vezes ele é traumática e sofrida.

Nem sempre por que o passarinhos ficaram grandes e voaram, ou por que, de repente, a mãe não é mais a principal figura
feminina na vida de seu filho, mas por que ela se dá conta que deixou de construir um ninho... e sente remorso por não ter
aproveitado melhor estes anos, com tempo e qualidade! E como passa rápido...  (Ou por que se assusta em pensar que vai
ter que ficar o resto da vida sozinha ao lado daquele marido rabugento, por falta de opção melhor!)
 


Assim, ao olharmos para o espelho da tua vida, veremos substituídos os sentimentos de frustração, de ansiedade, de medo e
insegurança, pelos sentimentos da graça, da bondade, amor e compaixão que vem do alto!

Aproveito para apontar para o exemplo de Maria, que temos registrado no Magnificat, aquele hino maravilhoso de Lc 1.46-56
 

Antes de ler o hino, aponto para o v. 30 onde o anjo lhe afirma: Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus!

Maria alegrava o coração de Deus! Por quê?

Por ela era conhecida por Deus.

Maria não era uma estranha diante de Deus!

Ela o conhecia. Ele a conhecia!

 

A primeira responsabilidade da Mãe e da Mulher é a de transmitir os valores que partem de uma relação espiritual e sadia
com Deus!

Leiamos juntos o texto:

 

Primeiro:  Ela se dispõe como Serva do Senhor

Minha alma= psiche, fala da integralidade do seu ser! Todo o ser dela é submisso ao Senhor!

 

Meu espírito:  é a totalidade do seu sentimento, do seu ser que é tomado e está imerso em Deus.

A mulher que acha graça diante de Deus, é aquela que, como Maria, reconhece:

   -         Que Deus é PODEROSO, para intervir e cumprir com os seus propósitos na família;

   -         Que Deus é SANTO, absolutamente perfeito, para ser a referência e o padrão de vida que a família deve buscar;

   -         Que Deus é Misericordioso, para cuidar de nós, suprindo nossas deficiências, carências, limitações, e sarar todas as
      nossas culpas.

 

Maria era humilde e desprendida... ela nos oferece um modelo, de pessoa que não se deixa determinar pelas ambições, ou
projetos pessoais, mas que é aberta para abrir mão de seus projetos, para servir ao Senhor!

Pelo seu exemplo, Maria deu a Jesus o que qualquer filho precisa: SENSO DE PERTENCIMENTO E AFETO, AO LADO DE
AUTONOMIA E LIBERDADE!

 

Maria deu o esteio, a segurança e as balizas de afetividade que Jesus necessitava...

Além disso, foi mulher determinada, amou, ensinou e apoiou seu filho em sua missão pública, e não o abandonou, até junto À
CRUZ!
 

Maria mostra em toda a sua extensão o privilégio da maternidade. Em momento algum ela tratou seu filho como uma posse
sua, mas lhe deu o que um filho mais precisa: raízes e asas!

É também o que nós da Comunidade das Trindade pedimos para vocês, nossas queridas mães:

Raízes e Asas

Ajudem seus filhos preparando-lhes um terreno fértil e seguro onde possa lançar raízes de pertencimento, de identidade, de
família. Ao mesmo tempo, os estimulem a criar asas, para que possam voar vôos majestosos como os da águia, alcançando
grandes alturas.

Aliás, a mãe águia nos dá um belo exemplo. Quando chega o tempo de seus filhotes aprenderem a voar, ela os empurra do
ninho. Assim eles caem de grandes alturas. Imediatamente ela voa e se lança por debaixo deles, deixando-os cair sobre seu
enorme corpo, até que, neste intercurso da queda, eles aprendam a usar suas asas e a voar sozinhos.

 

Precisamos muito de todas vocês! Que Deus as abençoe nesta nobre tarefa, nesta sublime missão de fortalecer nossas
famílias, para que sejam lugar de graça e paz, lugar de vida, para honra e glória de nosso Senhor Jesus! Amém.

 
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