Análise da Realidade Brasileira
Qual é a nossa situação atual como Igreja?
Primeiramente, queremos lembrar que a Igreja chegou com
Cabral, pois estava atrelada ao poder, e este a
enviou junto com os descobridores!
São 500 anos de catolicismo no Brasil...
Porém, sem contar os poucos protestantes franceses
que tentaram se instalar no Brasil (no Nordeste e na
Guanabara) nos idos de 1600, todos posteriormente expulsos
do país, os antepassados de grande parte de
nós, que migraram da Europa para o Brasil, foram
os primeiros evangélicos a se instalarem no país.
Certamente um motivo de grande honra e alegria para nós,
evangélico-luteranos, não fossem duas grandes
pedras em nosso sapato:
Os imigrantes, como fruto de seu meio, trouxeram consigo
uma Igreja marcada pela racionalismo
iluminista, que dominava a Europa!
O segundo aspecto, é o de que, como minoria estrangeira,
acostumaram-se a viver em güetos,
culturalmente isolados, juntando-se em associações
para sobreviver. Esta dimensão foi também
incorporada pela igreja!
Proibida de se mostrar e de se expor num país oficialmente
católico até a República (1889), seus templos
sequer podiam ter aparência de Igreja.
Não bastasse isso, vieram as duas grandes guerras,
onde por serem em sua maioria filhos e descendentes
de germânicos, passaram a ser perseguidos, intimidados
e colocados à margem!
Enfim, vivemos numa igreja que se desenvolveu nas sombras,
isolada, sem visão missionária, sem
contextualização!
O lado bom da II Guerra, é este que forçou
uma aculturação, uma contextualização, um abrasileiramento,
e criou a espaço embrionário para uma transformação!
(Surgem EST, cultos em português, hinário, etc...)
Contudo, ainda somos mais judaicos do que cristãos!
Nossas igrejas se parecem mais com as SINAGOGAS do que com templos cristãos!
Fazer uma comparação entre igreja e sinagoga!
Sinagoga: lugar santificado X Cristianismo : crentes são templo espirit;
Sinagoga: hierarquia sacerdotal X Cristianismo: crentes são sacerdotes
Sinagoga: centro de cultos X Crist.: culto na vida e no lar/ em casas;
Sinagoga: regras de fé / liturgia rígida X Crist.: discernimento do Espírito e contextualização;
Sinagoga: hierarquia social X Crist.: todos são iguais perante Deus;
Sinagoga: cargos hierárquicos X Crist.: dons e funções diferentes.
Talvez também devido à influência
do modelo católico dominante, nossa igreja se centralizou, e
desenvolveu um modelo judaizante de ser.
Culto só vale se for no templo...
Só o pastor ordenado pode dirigir cultos e ofícios;
Tudo tem que ser uniformizado, seguindo uma liturgia rígida, sob pena de se perder a identidade...
(Pensem como seria Atos 8, quando Filipe evangeliza o Eunuco e precisa decidir sobre seu batismo...);
Nem todos tinham vez... na “igreja dos alemães”... igreja étnica, fechada!!!
Todos estas coisas tem sua justificativa e razão
de ser, algumas até muito razoáveis, mas, biblicamente, é
o modelo da Velha Aliança!
O modelo da Nova Aliança é outro...
Está baseado na relação direta com o único e vivo Caminho: Jesus;
É movida pelo seu Espírito, que faz do crente sua casa, templo de sua habitação;
Vive uma “comunhão de corpo”, na dependência mútua,
vinculada aos dons e talentos de cada membro;
Segue o padrão do amor, da misericórdia, do perdão e da reconciliação ensinado pelo seu Mestre.
Enfim, é uma casa de acolhimento, restauração,
cura, envio, compromisso e vida e missão.
A maior parte de nossas comunidades ainda vive o modelo do AT...
Pouco mudou neste século...
O mundo que nos cerca, contudo, mudou radicalmente...
NOS ÚLTIMOS 50 ANOS, especialmente, MUITA COISA MUDOU!
Há uma aceleração tão grande, que não sabemos aonde vamos parar...
Já no século passado se dizia que o mundo
se tornou qual um barco que partir para uma viagem no
momento em que todos os portos foram destruídos!
Desde lá, navega em alto mar, à deriva, pois não tem
mais onde atracar... Não há porto seguro...
Ninguém sabe onde vai dar...
Aonde este mundo vai parar?
É possível que alguém faça uma previsão segura do que vai acontecer nos próximos 20, 30 ou 50 anos?
Ninguém sabe... exceto Deus!
É verdade que também Guttemberg, Lutero,
Maquiavel, Colombo ou Cabral, todos europeus que viveram
na mesma época, jamais poderiam ter a mínima
noção de como seria o mundo 500 anos depois deles.
Guttemberg – se visse os milhares de livros publicados anualmente
Lutero – se visse a miríade de denominações evangélicas que lhe sucederam (uma a cada esquina).
Maquiavel – se visse a organização dos estados, e no que virou a política em nossos dias...
Colombo ou Cabral – vendo as viagens espaciais, o homem na lua, marte...
Até cerca de 1800, tudo veio andando dentro de um certo ritmo...
Contudo, as coisas aceleram basicamente a partir da revolução industrial... mesmo ainda em ritmo lento...
Naquele tempo inventaram o relógio, depois o relógio
de pulso, e desde lá temos a sensação que o tempo
corre cada vez mais velozmente, e nos vamos nos tornando
cada vez mais escravos do relógio... do
chronos...
Na verdade, DEUS criou o chronos, e também o aion:
Chronos: tempo cronológico, ou o dia como ele é.
Inventamos esta forma de medi-lo... mas ele não
mudou desde a Criação do mundo... Um dia
continua sendo um dia, com o mesmo número de horas...
Aion: é o tempo eterno, da “era sobre era”, imensurável...
Este deveria nos chamar a atenção, pois é muito mais importante...
Pois, se fomos criados como seres eternos, o tempo cronológico
que passamos aqui é apenas como um
lapso, um instante, um minuto ou uma hora, comparável
ao tempo que passaremos na eternidade...
Então por que valorizamos tanto o aqui e agora,
o tempo presente, as coisas terrenas, e tão pouco os
valores do reino eterno de Deus...
Pensem comigo, se não é estranho:
como passa devagar uma hora na
Igreja, e como passa rápido uma hora na frente de uma televisão
ou computador;
como passa devagar uma hora em
oração, parece uma eternidade, mas como passa rápido
uma hora
jogando uma bolinha...
como parece muito uma nota de
cem reais, para dar para a Igreja ou para alguém, mas parece tão
pouco quando queremos comprar
algo para nós...
TUDO É UMA QUESTÃO DE VALORES, DE COMO VEMOS
A VIDA! Veja: Faça um simples
cálculo:
2 h de TV por dia
14 h por semana 2 h de culto por semana
56 h por mês ou 720 por ano 8 h por mês ou 96 h por ano
Fica alguma dúvida sobre a maior fonte de influência ?
Com certeza, a vida não é mais aquela dos
tempos de Abraão, nem de Salomão, Paulo ou Lutero... nem
sequer podemos compará-la à vida de quem
viveu a 60 anos atrás.
O tempo foi turbinado e acelerou para valer após
a II Grande Guerra, a partir do advento da
comunicação moderna, da TV e do computador.
Desde lá, os paradigmas, a maneira de ver o mundo mudou radicalmente...
Por um lado, vivemos num mundo
fantástico, mundo das viagens e conquistas espaciais, da
clonagem e dos transgênicos,
da robotização, que tornou possível uma série
de cirurgias internas
antes inimagináveis,
mundo do Satélite, da TV a cabo, da Internet e da Globalização
da
Informação...
MUNDO QUE FAZ VOCÊ se sentir
global, pois em segundos é possível ir de sua casa para a
África, a China, o Alasca,
a Rússia ou qualquer outro lugar que, ao seu bel-prazer, você
desejar!
Mas, é por outro lado o mundo da barbárie
como nunca antes visto... Jamais se matou tanta gente como
em nosso século!
O Século XX banalizou a violência!
Sempre houveram guerras...
O ódio e o rancor
não são novidade alguma!
Porém, guerra sempre
foi assunto de exércitos, até o nosso século! Agora,
já não é mais o que vale!
As guerras mundiais fizeram
dos civis o seu alvo... Desde então, a guerra pela guerra virou
fato!
Nada, nem ninguém
mais escapa!!
Perdeu-se o paradigma... Perdeu-se a ética...
Não temos mais referenciais, não sabemos mais os limites...
Nos sentimos como órfãos
um mundo marcado pelas incertezas, pela desesperança, pela total
falta
de perspectivas!!!!
É vivendo neste mundo da fome, dos etnocídios,
da globalização da miséria e do terror, onde não
há
emprego, não há futuro e grande parte das
pessoas acha que não vale mais a pena viver, que chegamos ao
fim da modernidade, ao fim do milênio, pior do
que começamos...
E A IGREJA, COMO VIVEU ESTE PERÍODO?
+ De modo geral, me parece que só não temos
causado maior impacto neste país pela falta de equilíbrio
e
contextualização;
- Por muito tempo a igreja permaneceu parada no tempo e no espaço;
Quando começou a acordar,
ou a igreja partiu para um legalismo fundamentalista, e ficou tão
hermética e tão
fechada que ninguém entra, nem sai dela... (ou melhor, muitos acabam
saindo, sim)
Ou então, se tornou política
e libertina, e se amoldou tanto aos padrões deste mundo, que não
tem
mais nada de diferente para
lhe mostrar...
seja isto num catolicismo sincretista
que abraça qualquer um, fazendo de conta que qualquer
caminho leva a Deus!
seja numa Universal, que faz
a Bênção da laranja, da fogueira santa, e outras coisas
mais, de dar
inveja no comércio do
Santuário de Nossa Senhora de Aparecida... É tudo a mesma
coisa... só que
um é evangélico,
e o outro católico...
+ Mas, vamos falar de nós, já que não
fica bem falar mal dos outros:
fomos os primeiros evangélicos a chegar e se estabelecer neste país...
já fomos o maior grupo evangélico desta nação...
E agora...
Há 20 anos diziam que
éramos mais de um milhão, e agora, pelo censo do ano passado,
somos
oficialmente pouco mais de 700
mil (não dá 0,5% da população brasileira).
Somos poucos numa nação
de 160.000 milhões, mais ainda somos o terceiro maior grupo de
evangélicos no país...
Isto evidencia que sequer acompanhamos
um crescimento vegetativo neste 175 anos de presença
evangélico-luterana no
Brasil.
O número, no entanto,
pouco importa, se tivermos uma proposta séria e uma contribuição
significativa a dar a nação.
Já vimos que Deus gosta
de se mostrar forte, através dos que são fracos, mas totalmente
dependentes d’Ele, como na batalha
de Gideão e seus trezentos homens contra o exército dos
midianitas;
EU CREIO QUE NÓS TEMOS uma contribuição
a dar.
TEMOS O NOSSO PRÓPRIO.
Aliás, creio que cada denominação
deve contribuir no Corpo de Cristo com aquilo que Deus lhe
concedeu em particular, assim como cada
crente recebe capacidades espirituais, sobrenaturais, que
chamamos de dons, através dos quais
damos nossa contribuição especial no corpo ao qual
pertencemos...
Não temos que ser iguais a outras
denominações, ou ficar imitando e seguindo o modelo de outras
igrejas! (Este é o lado bom de termos
tantas denominações!!)
Nosso problema é que continuamos mais na sinagoga do que com Jesus!
Centralizamos nosso esforço
na manutenção de estruturas obsoletas, ao invés de
investir em pessoas
e valores espirituais; quem
aqui já participou de concílios, sabe como é que é...
Ficamos perdendo nosso tempo com reuniões sem fim, que não trazem vida, e nem renovação;
Gastamos nossa energia em intermináveis
discussões a respeito das vestes talares, de querelas
litúrgicas e intrigas
políticas;
Por outro lado, falta oração, adoração e uma consciência missionária;
Mais do que nunca, é hora
de arregaçarmos nossas mangas, de mostrarmos nossa cara, de
contribuirmos para o crescimento
da Igreja brasileira, catarinense, com aquilo que Deus nos deu
como vocação!
Isto inclui o trabalho, a seriedade, a determinação, tão típico da nossa gente, mas inclui muito mais:
Tem que começar com uma
renovação pessoal do nosso AMOR E DA NOSSA PAIXÃO
POR
JESUS!
Tem que começar com cada
um de nós. Onde quer que cada um de nós esteja espiritualmente,
que
entregue de novo o coração
a Jesus;
Deve gerar uma transformação
de dentro para fora, uma mudança gerada no íntimo, que só
Deus
pode operar, e que necessariamente
leva a um caráter transformado!
É hora de tirar Deus do
quadro, da parede, das páginas da Bíblia e colocá-lo
no teu coração, na tua
VIDA!
Faze-o transbordar do teu interior, como o rio de água viva, conforme Ele prometeu (Jo 7.38).
Por que não sonharmos
com comunidades avivadas, dinâmicas, engajadas, verdadeiros lugares
de
transformação
e vida?
TUDO O QUE ALIMENTAMOS CRESCE! para o bem ou p/ o mal.
Vejam que, quando Paulo se converteu
ao cristianismo, ele não saiu correndo para trabalhar por
Jesus, mas permitiu que uma
mudança começasse dentro dele, e se ausentou por 3 anos,
para que,
em comunhão íntima,
pessoal, contemplativa, ele pudesse deixar Deus transformar seu caráter,
seu
ser interior! (GL 1.18).
AQUI COMEÇA A TRANSFORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA
MISSIONÁRIA, RUMO AO III
MILÊNIO!
Creio que é possível
uma renovação da consciência missionária da
IECLB, a partir de cada um de
nós... Não é
por acaso que você está aqui ouvindo estas palavras: é
propósito de Deus!
Para tanto, é fundamental olharmos para o nosso CARÁTER:
Precisamos responder a esta pergunta:
O caráter de Cristo tem sido impregnado
em minha Vida?
Não estou perguntando se você
tem aprendido a dizer Amém ou Aleluia! Nem se você tem longos
anos
de vida de Igreja...
Não estou perguntando se você tem feito algo
na Igreja, se tem ajudado aqui e ali, se tem contribuído
materialmente, mas se você tem a mente de Cristo,
como diz Paulo (1 Cor 2.16), ou se você tem
andado no Espírito, como diz em Gl 5.25?
O fruto da sua presença tem se tornado visível
aos outros, a tal ponto que as pessoas podem se aproximar
da árvore de tua vida, colher e saborear dela
o fruto da mansidão, da paz, do amor, do domínio próprio,
da bondade, da fidelidade e da alegria? É através
disto que o rosto de Cristo se tornará visível em nós!
Gl
5.22s.
Aliás, comecemos pela alegria... Que artigo raro
entre os cristãos. Pois, se o evangelho e boa-nova,
mensagem de alegria, por que tem tanto cristão
chato, melancólico, e triste por aí?
Parece que foram batizados em suco de limão!!!
Precisamos trazer um caráter novo, fundamentalmente
impregnado dos valores de Cristo, dos valores de
seu reino, para um mundo onde a alienação,
a solidão e a desesperança é cada vez maior!
O grande grito deste final de milênio é pela
falta de sentido na vida, e pela falta total de ética nas
relações interpessoais, onde quem pode,
passa os outros para trás!
No vazio deixado pela falta de propostas significativas,
cresce também a desorientação e o sincretismo
religioso!
Ex.: Abraçar árvores, para receber energia...
Andar com cristais no bolso...
Sentar debaixo de pirâmides...
Isto é coisa de gente estudada, tanto de doutores, como de gente simples também!
Mudam até o nome, em função da numerologia!!!
Há um grande vazio nas relações humanas,
e nós temos o conteúdo, nós sabemos o que pode
preenchê-lo!
O fato é que a nossa mensagem traz uma contracultura,
um espírito tão diferente, que só será ouvida,
se
antes for vivida, seja isto no casamento, na vida familiar,
na sociedade ou em qualquer lugar.
Não começamos doutrinando as pessoas, mas
amando-as profundamente e vivendo o evangelho em sua
totalidade!
Aqui volto para o texto de Ap 2.1-6, da Igreja de Éfeso.
Não basta trabalhar por Deus ou para Deus... É
preciso estar com Deus, é preciso amar a Deus, ter
PAIXÃO por Ele, entregar-lhe todo nosso coração!
Se nosso coração se distanciar dele, vamos nos desgastar!
O que era prazer vai virar obrigação, e
sofreremos, mais cedo ou mais tarde, de um grande esgotamento
espiritual, um “stress espiritual” que, se não
tratado, nos levará à morte espiritual!
Como cuidar do nosso coração, da nossa vida e relação espiritual com Deus?
Buscando um equilíbrio entre o interior e o exterior,
ou o que na linguagem secular tem sido chamado
de equilíbrio entre os meios-de-produção
e a produção!
CONTAR A HISTÓRIA DA GALINHA DOS OVOS DE OURO (Fábula
de Esopo)
Na carta aos Gálatas, Paulo diz que,
depois de sua conversão, se dedicou por três anos à
“reclusão” na
Arábia...
Aqui, aparece o princípio!
Era hora de retirada estratégica!
Para um cara ativo e que tanto valorizava
as relações e a vida em comunidade, creio que não
era
extremamente fácil este tipo de retirada!
Pelo contrário... Certamente lhe exigia uma grande disciplina!!!
Mas, Paulo sabia que sem afiar as ferramentas,
sem buscar a intimidade de Deus, sem buscar o
coração da sua presença,
qualquer cristão fica exposto demais às pressões,
aos ataques externos e
aos desejos da própria carne!
Quanta oportunidade de vanglória, de exaltação...
Quanta tentação não
aparece no caminho!!!
Se já perdemos esta capacidade
de nos reabastecer, de voltar aos braços do Pai, de descansar em
Deus, estamos à caminho
da bancarrota espiritual, da falência de nossa vida de fé!
Por isso, vejo que é hora de tomarmos o caminho de Assôs!
É hora de fazermos uma revisão
de vida que inclua ou reinclua um tempo especial de comunhão com
Deus...
E aqui não falo do tempo de reunião
entre irmãos, de culto, mas daquele tempo que é “só
eu e Ele”!
Daquele hora de comunhão do abrir
o coração, do choro santo, ou do busca profunda por um
conhecimento de toda a grandeza dele!
É este conhecimento que me capacita
a viver no corpo dos irmãos, na sociedade, com vento a favor,
ou com vento contrário...
Marcos 6.30-32 nos mostra que
Jesus buscava colocar o mesmo princípio como modelo para os
seus discípulos!
Isto que, nem de longe eles viviam esta loucura
de vida que nós vivemos hoje! Eles não tinham rádio,
TV, PC, Internet, TV a Cabo, Parabólica,
além de horas sem fim de estudos para a faculdade, cursos,
academias, etc.
A loucura e o agito, a falta de tempo e
o acúmulo cada vez maior de coisas para fazer, estão colocando
um lacre hermético em torno de nós,
que precisa ser rompido...
Se não, nossa vida será vazia,
não saberemos ouvir, não teremos conteúdo ao falar,
seremos apenas
como “o bronze que soa ou o címbalo
que retine”, para parafrasear Paulo!
Se não nos disciplinarmos a buscar
um silêncio recriador, jamais estaremos com os outros de forma
significativa!
Só faremos barulho!
Podemos até falar de Deus, mas não
teremos o brilho contagiante no olhar, transmitido por aqueles
que falam com Deus!
Creio firmemente que Deus deseja se manifestar e falar
a todo e qualquer um de nós que tiver suficiente
desejo de silenciar em sua presença para ouvi-lo,
e ardor o bastante para buscá-lo!
CABE-NOS PROCLAMAR UMA VOLTA AS VELHAS DISCIPLINAS ESPIRITUAIS...
Lutero já dizia, que devemos orar como se tudo
dependesse de Deus, e trabalhar como se tudo
dependesse de nós! Aliás, consta que em
seus dias mais ocupados, era capaz de passar até três ou quatro
horas em oração!
Cuidar dos Meios-de-Produção é cuidar
do íntimo, é investir no silêncio, na adoração,
na oração,
na meditação, na confissão, entre
outras coisas!
É aprender a descansar em Deus, a confiar nele,
e depender dele!
Como diz o Salmo 1, é aprender a lançar Raízes junto à corrente das águas!
Quem bebe da fonte, jamais passará sede! Jamais
verá seus ramos murcharem, nem sequer sofrerá com a
seca, mesmo que tudo morra ao seu redor!
Porfim, queremos olhar para algumas características
de uma igreja que será capaz de ser SAL E LUZ
neste início de Novo Milênio, III Milênio...